quinta-feira, 5 de junho de 2014

Love's not a lovely thing

“O amor supera tudo”. Grande e impagável clichê, provavelmente dito por alguém enquanto o amado ressona baixinho ao seu lado. Grande e impagável mentira. O amor, nem o tempo, não superam nada. Talvez ambos sejam como um mar gelado e, sendo você a rocha, a cada vez que a onda bate te deixa mais frio por osmose. Ou como uma faca afiada que toda vez que passa por você te deixa um corte profundo para arder com Mertiolate.
O tempo também não faz esquecer e não move nada de centro nenhum. A mente, ao contrário, o faz, mas é tão chata e autossuficiente que é impossível controla-la. Aliás, admiráveis são os heróis que controlam a mente alheia: a própria já é um trabalho tão árduo, a dos outros deve ser sobre-humano. Por isso são heróis. Por isso não existem.
Amar é algo tão fácil, relacionar-se com alguém é algo tão complicado. Às vezes, nas raras vezes que a vida conspira a seu favor, que os sinos tocam e as luzes brilham mais forte, ambos se tornam uma coisa só, é fácil. Às vezes, e na maioria impiedosa delas, o amor será algo difícil, esquisito, medonho e unilateral. Vai te fazer conhecer o melhor e o pior de ti, muitas vezes em pequenos intervalos de tempo.
E você vai parar e ler tudo o que já escreveu, rever o que pensou, suas opiniões fortes parecerão mais uma teimosia de criança mimada. Você estará como a Penny está para o Leonard e para toda aquela trupe de nerds em TBBT. Você não terá dó do “enter” e de nenhuma tecla do seu computador, afinal, o tapa desferido na face alheia foi muito pouco perto da surra que você quer dar em si mesma.

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