“O amor supera tudo”. Grande e impagável
clichê, provavelmente dito por alguém enquanto o amado ressona baixinho ao seu
lado. Grande e impagável mentira. O amor, nem o tempo, não superam nada. Talvez
ambos sejam como um mar gelado e, sendo você a rocha, a cada vez que a onda
bate te deixa mais frio por osmose. Ou como uma faca afiada que toda vez que
passa por você te deixa um corte profundo para arder com Mertiolate.
O tempo também não faz esquecer e não
move nada de centro nenhum. A mente, ao contrário, o faz, mas é tão chata e
autossuficiente que é impossível controla-la. Aliás, admiráveis são os heróis
que controlam a mente alheia: a própria já é um trabalho tão árduo, a dos
outros deve ser sobre-humano. Por isso são heróis. Por isso não existem.
Amar é algo tão fácil, relacionar-se com
alguém é algo tão complicado. Às vezes, nas raras vezes que a vida conspira a
seu favor, que os sinos tocam e as luzes brilham mais forte, ambos se tornam
uma coisa só, é fácil. Às vezes, e na maioria impiedosa delas, o amor será algo
difícil, esquisito, medonho e unilateral. Vai te fazer conhecer o melhor e o
pior de ti, muitas vezes em pequenos intervalos de tempo.
E você vai parar e ler tudo o que já
escreveu, rever o que pensou, suas opiniões fortes parecerão mais uma teimosia
de criança mimada. Você estará como a Penny está para o Leonard e para toda
aquela trupe de nerds em TBBT. Você não terá dó do “enter” e de nenhuma tecla
do seu computador, afinal, o tapa desferido na face alheia foi muito pouco
perto da surra que você quer dar em si mesma.
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