quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sobre esperar.


            Acho bacana o senso de compreensão que certas pessoas têm ao dizer "passo depois!" quando perguntam por uma pessoa que está ocupada. Quando elas dizem "então eu espero", eu as detesto imediatamente.
            É desconfortável ficar do lado de alguém que está esperando. É desconfortável olhar para a pessoa e ter a sensação que ela espera alguma coisa, ou reação, de você também, mesmo que você não tenha sido a pessoa por quem ela originalmente perguntou. E nunca temos assunto ao esperar. Não sei se é por causa do completo desconhecimento entre as duas pessoas - a que espera e a coitada expectadora - ou pela estranheza da situação. O fato é que não se consegue estabelecer um fluxo contínuo de inter-relação decente. Eu estaria afim até mesmo de banalizar uma filosofia sobre a impossibilidade de se prever o futuro - quando prédios irão desabar, por exemplo. Mas tudo o que se tem é um silêncio aterrador e angustiante.
            Não esperem, por favor. Procurem outra coisa pra fazer, estou certa que suas vidas são bem ocupadas. Meu pai já sai do banho.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

(16 de outubro de 2011, 23h28min)

            
            Quando tudo o que você quer é sufocar os seus problemas e ouvir todos os dela, ajudando-a, apoiando-a, sendo seu pinico e seu lenço Dory's.
            Quando a única coisa que você mais deseja nesse mundo é protegê-la de tudo, para que ela não se machuque. Ela nem sequer precisa te amar -- seu amor é grande o suficiente pros dois e para quem mais chegar no caminho.
            Quando você quer mordê-la nas bochechas, por ser tão linda e por você não acreditar nenhum segundo que ela está ali, tão próxima.
            Quando você a ama inteira, inegável e inevitavelmente.
            Daí, o melhor que você pode fazer (no seu conceito idiota de proteger) é mudar-se, esquecendo que ela se apaixonou (o que você não acredita) por quem você é, COM as manias, as implicâncias, as crises, as preguiças, as piadas sem graça, os problemas, os vícios e os maus gostos.
            E no instante em que você, relapso, pisca os olhos, você a perde.
            Maldita amada pessoa.