Eu não tenho certeza de
que algum dia você tenha sido meu, mas eu gosto de pensar nos momentos que
estivemos juntos como se eu tivesse tido você. Por um segundo, nem que fosse.
Um segundo que você tenha olhado para o meu sorriso e pensado que aquela felicidade
nítida e pura era o que você queria que as pessoas sentissem quando estivessem
ao seu lado. E eu senti. Foi tão forte que, quase dois anos depois, as marcas
de quando você arrancou as raízes dessa felicidade no meu coração, bem, elas
ainda persistem. As cicatrizes às vezes sangram, se repuxam quando o tempo está
frio, mas eu preciso aprender que são só cicatrizes. Eu preciso aprender que
você nunca vai voltar. Que você pertence a outro lugar agora, um lugar que te
acolhe com braços, mãos, pernas, exatamente do jeito que eu queria te acolher
nesse exato instante.
Eu queria você aqui, mas
as coisas fugiram do meu controle e isso tudo acrescido da minha falta de tato
e experiência fizeram com que tomássemos rumos completamente opostos. Hoje em
dia eu já não te olho passar na rua, justificando que estava distraída demais,
quando você me pergunta depois. Mas confesso que sinto saudades da tua voz e do
teu sorriso quase maior que seu rosto, seus olhos de lago verde-azul, igual
àquela música. Mas te desejo sorte, espero que tenhas encontrado aquilo que eu
sei que tu tanto procuravas.
Eu te amo.
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