quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dan-ee-al

Eu não tenho certeza de que algum dia você tenha sido meu, mas eu gosto de pensar nos momentos que estivemos juntos como se eu tivesse tido você. Por um segundo, nem que fosse. Um segundo que você tenha olhado para o meu sorriso e pensado que aquela felicidade nítida e pura era o que você queria que as pessoas sentissem quando estivessem ao seu lado. E eu senti. Foi tão forte que, quase dois anos depois, as marcas de quando você arrancou as raízes dessa felicidade no meu coração, bem, elas ainda persistem. As cicatrizes às vezes sangram, se repuxam quando o tempo está frio, mas eu preciso aprender que são só cicatrizes. Eu preciso aprender que você nunca vai voltar. Que você pertence a outro lugar agora, um lugar que te acolhe com braços, mãos, pernas, exatamente do jeito que eu queria te acolher nesse exato instante.
Eu queria você aqui, mas as coisas fugiram do meu controle e isso tudo acrescido da minha falta de tato e experiência fizeram com que tomássemos rumos completamente opostos. Hoje em dia eu já não te olho passar na rua, justificando que estava distraída demais, quando você me pergunta depois. Mas confesso que sinto saudades da tua voz e do teu sorriso quase maior que seu rosto, seus olhos de lago verde-azul, igual àquela música. Mas te desejo sorte, espero que tenhas encontrado aquilo que eu sei que tu tanto procuravas.

Eu te amo.

Love's not a lovely thing

“O amor supera tudo”. Grande e impagável clichê, provavelmente dito por alguém enquanto o amado ressona baixinho ao seu lado. Grande e impagável mentira. O amor, nem o tempo, não superam nada. Talvez ambos sejam como um mar gelado e, sendo você a rocha, a cada vez que a onda bate te deixa mais frio por osmose. Ou como uma faca afiada que toda vez que passa por você te deixa um corte profundo para arder com Mertiolate.
O tempo também não faz esquecer e não move nada de centro nenhum. A mente, ao contrário, o faz, mas é tão chata e autossuficiente que é impossível controla-la. Aliás, admiráveis são os heróis que controlam a mente alheia: a própria já é um trabalho tão árduo, a dos outros deve ser sobre-humano. Por isso são heróis. Por isso não existem.
Amar é algo tão fácil, relacionar-se com alguém é algo tão complicado. Às vezes, nas raras vezes que a vida conspira a seu favor, que os sinos tocam e as luzes brilham mais forte, ambos se tornam uma coisa só, é fácil. Às vezes, e na maioria impiedosa delas, o amor será algo difícil, esquisito, medonho e unilateral. Vai te fazer conhecer o melhor e o pior de ti, muitas vezes em pequenos intervalos de tempo.
E você vai parar e ler tudo o que já escreveu, rever o que pensou, suas opiniões fortes parecerão mais uma teimosia de criança mimada. Você estará como a Penny está para o Leonard e para toda aquela trupe de nerds em TBBT. Você não terá dó do “enter” e de nenhuma tecla do seu computador, afinal, o tapa desferido na face alheia foi muito pouco perto da surra que você quer dar em si mesma.